Critichen dopo l'annunciata partecipazione di lula al Foro Economico Mondiale
20/01/03 El anuncio de que el Presidente Lula asistirá a la reunión del Foro Económico Mundial en Davos al día siguiente de hablar ante miles de activistas sociales en el Foro Social Mundial de Porto Alegre, está produciendo una crisis de proporciones entre los organizadores y participantes de éste último. Algunas voces notorias del Comité Internacional, como la del sociólogo Emir Sader, vinculado al Movimiento de los Sin Tierra, o la de Bernard Cassen, fundador de Attac e impulsor inicial del FSM, se han alzado ya públicamente para pedir en distintos tonos a Lula "que no vaya a Davos". Pero es apenas el comienzo. Si el gobierno y el PT no abortan la maniobra por propia voluntad, y la organización del FSM no logra plantarse con firmeza para interceptarla a tiempo, la credibilidad y el futuro de la mayor iniciativa global "por otro mundo posible" estará en serio riesgo. Es que la crisis ataca los fundamentos básicos que hacen a la identidad y a la metodología del FSM. Por una parte, la carta de principios del FSM lo define como no gubernamental y no partidario; de modo que la invitación oficial a un Jefe de Estado a discursear en ese ámbito implica de por sí una transgresión impertinente; y además, muestra un doble standard, ya que, invocando aquel principio, se desalentó el año anterior la presencia de Fidel Castro. Pero el principal ataque a la identidad del FSM resulta en que éste fue fundado como un foro "anti-Davos", como foro social alternativo al foro de los poderosos dueños del planeta; si bien el FSM se ha propuesto y logrado ir más allá de esa negación inicial, y avanzar en propuestas y articulaciones multidiversas hacia ese horizonte utópico que lo moviliza, no puede ni podrá nunca renegar de su origen antagónico, sin perderse a sí mismo. Para colmo, el ministro Gilberto Gil intenta justificar la presencia en Davos diciendo que... "llevarán allí el mensaje del FSM"! Nadie necesita, ni quiere, ni ha solicitado, ni va a permitir, que Lula (ni nadie) se constituya en "representante" del FSM para ninguna cosa, pero menos que menos para ir a Davos como portavoz, para dialogar con los banqueros y demás criminales de guante blanco! No queremos diálogo ni articulación con eso!. Nuestros verdaderos representantes en Davos serán los miles de activistas que intentarán bloquear esa reunión poniendo sus palabras y sus cuerpos para denunciarla e impedirla. Ellos llevan el mandato y el mensaje de los movimientos sociales y de la resistencia global a la mafia neoliberal. La operación de Lula debe ser denunciada como lo que es: una maniobra del más viejo estilo político populista y autoritario, para capturar una representación no otorgada, y expropiar en un solo golpe el mayor capital social y simbólico acumulado por los movimientos sociales mundiales, para luego sentarse a negociar con los dueños del otro capital, el capital financiero. Esta firmeza no puede ser interpretada como una oposición o boicot al gobierno democrático y popular del PT, a quien muchos deseamos el mejor éxito; pero otra cosa muy distinta es el oportunismo ("Lulos", tal vez; "cho-Lulos", jamás!). El Comité Internacional y todos los millares que nos hemos movilizado estos años junto al FSM, deben impedir esa maniobra y decirle a Lula "no en nuestro nombre".
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------/. Folha Sao Paulo - domingo 19/01/03 Sociólogo argentino diz que Lula "expropria" o fórum ao levar seu "capital social" para o encontro de Davos
Fórum "embaralha" governo e sociedade
RAFAEL CARIELLO DA REPORTAGEM LOCAL
A chegada do PT à Presidência embaça a fronteira, sempre tão prezada pelos organizadores do Fórum Social Mundial, que começa quinta-feira, em Porto Alegre, entre governo e sociedade civil no encontro. Membros de organizações que estarão na capital gaúcha entre os dias 23 e 28 apontam uma contradição no fato de o idealizador do fórum e membro do comitê organizador brasileiro, o empresário Oded Grajew, ser ao mesmo tempo integrante do governo. Grajew foi nomeado, no último dia 8, assessor especial da Presidência. Na Carta de Princípios, documento que contém as diretrizes fundamentais do fórum, o encontro é definido como um espaço "não-governamental e não-partidário" que "reúne e articula somente entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo". Grajew diz não ver contradição na sua dupla função nesse momento, resultante do convite para que participasse do governo. Mas afirma que existe a possibilidade de, no futuro, passar a ser "membro de honra" do comitê brasileiro. "Isso é uma coisa que ficamos de ver depois. Minha ligação com o fórum é algo que sempre existirá, por ter sido seu criador." A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também é questionada. O sociólogo Pablo Bergel, vinculado à CTA (Central dos Trabalhadores Argentinos) e integrante do comitê argentino do Fórum Social, afirma que um convite oficial a um chefe de Estado para participar do encontro vai contra a Carta de Princípios. Segundo Bergel, para que Lula participasse legitimamente do fórum, ele deveria ser convidado por alguma organização ou movimento social para tomar parte em uma das oficinas organizadas independentemente da coordenação do encontro. Bergel afirma que "a maior utilidade oficialista a que o fórum vai se prestar" será a de permitir que Lula, ao seguir para o Fórum Econômico Mundial, após discursar em Porto Alegre, "exproprie o capital social" do encontro, usando-o a seu favor na reunião de Davos, na Suíça. Sobre a condição de Grajew, o sociólogo argentino diz que, "se fosse membro da organização" pediria "que [o assessor da Presidência" se afastasse, porque ele tem uma dupla representação". "Ou é governo, ou é movimento social", afirma. O sociólogo qualifica a ida de Lula aos dois fóruns como "uma manobra da mais velha política populista". Manobra essa, diz, "que pode acabar com a credibilidade futura" do encontro. Integrantes de organizações ligadas ao fórum propuseram que o presidente de Cuba, Fidel Castro, participasse do encontro em 2002. Seu nome teria sido negado por integrantes do comitê brasileiro, sob o argumento de que se tratava de um chefe de Estado. Segundo Grajew, Lula irá a Porto Alegre apenas na condição de anfitrião do encontro. Mas a identificação entre o fórum e o governo eleito é ressaltada por organizadores do evento. Sérgio Haddad, também do comitê brasileiro, disse à Folha que o presidente é uma das principais causas da expectativa dos organizadores de que o número de participantes do fórum este ano dobre -de 50 mil em 2002 para 100 mil em 2003. "[A eleição de Lula" faz parte um pouco desse movimento contra o atual modelo de globalização, que o fórum encarna", disse Haddad há cerca de dez dias, quando foi anunciada a ida do presidente e de ministros de seu governo a Porto Alegre. Fernando Henrique Cardoso, que também seria anfitrião nos anos anteriores, não foi convidado por ter feito críticas ao Fórum Social Mundial, diz Grajew. O empresário Antônio Martins, também integrante da organização, rechaça, no entanto, qualquer possibilidade de que o Fórum Social possa assumir um caráter "governista". "De jeito nenhum", diz Martins. "Seria estranho se, na medida em que conseguem legitimidade eleitoral, eles não fossem ao fórum." Também irão a Porto Alegre, para participar de debates e eventos, José Genoino, presidente do PT, Eugênio Bucci, presidente da Radiobrás, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, e Tarso Genro, secretário de Desenvolvimento Econômico e Social. "Lula e esses ministros se identificam profundamente com o fórum", argumenta Martins.
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