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NÂO EM NOSSO NOME!
by pablo bergel Wednesday, Jan. 22, 2003 at 4:57 PM mail:

Critichen dopo l'annunciata partecipazione di lula al Foro Economico Mondiale


20/01/03
El anuncio de que el Presidente Lula asistirá a la reunión del Foro
Económico Mundial en Davos al día siguiente de hablar ante miles de
activistas sociales en el Foro Social Mundial de Porto Alegre, está
produciendo una crisis de proporciones entre los organizadores y
participantes de éste último. Algunas voces notorias del Comité
Internacional, como la del sociólogo Emir Sader, vinculado al Movimiento
de los Sin Tierra, o la de Bernard Cassen, fundador de Attac e impulsor
inicial del FSM, se han alzado ya públicamente para pedir en distintos
tonos a Lula "que no vaya a Davos". Pero es apenas el comienzo. Si el
gobierno y el PT no abortan la maniobra por propia voluntad, y la
organización del FSM no logra plantarse con firmeza para interceptarla a
tiempo, la credibilidad y el futuro de la mayor iniciativa global "por
otro mundo posible" estará en serio riesgo. Es que la crisis ataca los
fundamentos básicos que hacen a la identidad y a la metodología del FSM.
Por una parte, la carta de principios del FSM lo define como no
gubernamental y no partidario; de modo que la invitación oficial a un
Jefe de Estado a discursear en ese ámbito implica de por sí una
transgresión impertinente; y además, muestra un doble standard, ya que,
invocando aquel principio, se desalentó el año anterior la presencia de
Fidel Castro. Pero el principal ataque a la identidad del FSM resulta en
que éste fue fundado como un foro "anti-Davos", como foro social
alternativo al foro de los poderosos dueños del planeta; si bien el FSM
se ha propuesto y logrado ir más allá de esa negación inicial, y avanzar
en propuestas y articulaciones multidiversas hacia ese horizonte utópico
que lo moviliza, no puede ni podrá nunca renegar de su origen antagónico,
sin perderse a sí mismo. Para colmo, el ministro Gilberto Gil intenta
justificar la presencia en Davos diciendo que... "llevarán allí el
mensaje del FSM"! Nadie necesita, ni quiere, ni ha solicitado, ni va a
permitir, que Lula (ni nadie) se constituya en "representante" del FSM
para ninguna cosa, pero menos que menos para ir a Davos como portavoz,
para dialogar con los banqueros y demás criminales de guante blanco! No
queremos diálogo ni articulación con eso!. Nuestros verdaderos
representantes en Davos serán los miles de activistas que intentarán
bloquear esa reunión poniendo sus palabras y sus cuerpos para denunciarla
e impedirla. Ellos llevan el mandato y el mensaje de los movimientos
sociales y de la resistencia global a la mafia neoliberal. La operación
de Lula debe ser denunciada como lo que es: una maniobra del más viejo
estilo político populista y autoritario, para capturar una representación
no otorgada, y expropiar en un solo golpe el mayor capital social y
simbólico acumulado por los movimientos sociales mundiales, para luego
sentarse a negociar con los dueños del otro capital, el capital
financiero. Esta firmeza no puede ser interpretada como una oposición o
boicot al gobierno democrático y popular del PT, a quien muchos deseamos
el mejor éxito; pero otra cosa muy distinta es el oportunismo ("Lulos",
tal vez; "cho-Lulos", jamás!). El Comité Internacional y todos los
millares que nos hemos movilizado estos años junto al FSM, deben impedir
esa maniobra y decirle a Lula "no en nuestro nombre".

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Folha Sao Paulo - domingo 19/01/03


Sociólogo argentino diz que Lula "expropria" o fórum ao levar seu
"capital social" para o encontro de Davos

Fórum "embaralha" governo e sociedade

RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A chegada do PT à Presidência embaça a fronteira, sempre tão prezada
pelos organizadores do Fórum Social Mundial, que começa quinta-feira, em
Porto Alegre, entre governo e sociedade civil no encontro. Membros de
organizações que estarão na capital gaúcha entre os dias 23 e 28 apontam
uma contradição no fato de o idealizador do fórum e membro do comitê
organizador brasileiro, o empresário Oded Grajew, ser ao mesmo tempo
integrante do governo. Grajew foi nomeado, no último dia 8, assessor
especial da Presidência. Na Carta de Princípios, documento que contém as
diretrizes fundamentais do fórum, o encontro é definido como um espaço
"não-governamental e não-partidário" que "reúne e articula somente
entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo".
Grajew diz não ver contradição na sua dupla função nesse momento,
resultante do convite para que participasse do governo. Mas afirma que
existe a possibilidade de, no futuro, passar a ser "membro de honra" do
comitê brasileiro. "Isso é uma coisa que ficamos de ver depois. Minha
ligação com o fórum é algo que sempre existirá, por ter sido seu
criador." A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também é
questionada. O sociólogo Pablo Bergel, vinculado à CTA (Central dos
Trabalhadores Argentinos) e integrante do comitê argentino do Fórum
Social, afirma que um convite oficial a um chefe de Estado para
participar do encontro vai contra a Carta de Princípios. Segundo Bergel,
para que Lula participasse legitimamente do fórum, ele deveria ser
convidado por alguma organização ou movimento social para tomar parte em
uma das oficinas organizadas independentemente da coordenação do
encontro. Bergel afirma que "a maior utilidade oficialista a que o fórum
vai se prestar" será a de permitir que Lula, ao seguir para o Fórum
Econômico Mundial, após discursar em Porto Alegre, "exproprie o capital
social" do encontro, usando-o a seu favor na reunião de Davos, na Suíça.
Sobre a condição de Grajew, o sociólogo argentino diz que, "se fosse
membro da organização" pediria "que [o assessor da Presidência" se
afastasse, porque ele tem uma dupla representação". "Ou é governo, ou é
movimento social", afirma. O sociólogo qualifica a ida de Lula aos dois
fóruns como "uma manobra da mais velha política populista". Manobra essa,
diz, "que pode acabar com a credibilidade futura" do encontro.
Integrantes de organizações ligadas ao fórum propuseram que o presidente
de Cuba, Fidel Castro, participasse do encontro em 2002. Seu nome teria
sido negado por integrantes do comitê brasileiro, sob o argumento de que
se tratava de um chefe de Estado. Segundo Grajew, Lula irá a Porto Alegre
apenas na condição de anfitrião do encontro. Mas a identificação entre o
fórum e o governo eleito é ressaltada por organizadores do evento. Sérgio
Haddad, também do comitê brasileiro, disse à Folha que o presidente é uma
das principais causas da expectativa dos organizadores de que o número de
participantes do fórum este ano dobre -de 50 mil em 2002 para 100 mil em
2003. "[A eleição de Lula" faz parte um pouco desse movimento contra o
atual modelo de globalização, que o fórum encarna", disse Haddad há cerca
de dez dias, quando foi anunciada a ida do presidente e de ministros de
seu governo a Porto Alegre. Fernando Henrique Cardoso, que também seria
anfitrião nos anos anteriores, não foi convidado por ter feito críticas
ao Fórum Social Mundial, diz Grajew. O empresário Antônio Martins, também
integrante da organização, rechaça, no entanto, qualquer possibilidade de
que o Fórum Social possa assumir um caráter "governista". "De jeito
nenhum", diz Martins. "Seria estranho se, na medida em que conseguem
legitimidade eleitoral, eles não fossem ao fórum." Também irão a Porto
Alegre, para participar de debates e eventos, José Genoino, presidente do
PT, Eugênio Bucci, presidente da Radiobrás, Marina Silva, ministra do
Meio Ambiente, e Tarso Genro, secretário de Desenvolvimento Econômico e
Social. "Lula e esses ministros se identificam profundamente com o
fórum", argumenta Martins.


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